Educadores pedem Assistentes Sociais

Os casos recentes da “marginalidade” dentro da escola, como o último fato em que um aluno de 14 anos esfaqueou uma aluna, e a presença de armas dentro das unidades, assim como a tragédia em Realengo, no Rio de Janeiro, retomam a discussão sobre a necessidade de assistentes sociais nas escolas públicas da Bahia.

Em alguns estados brasileiros, assim como na Bahia, existe um projeto para inserção desses profissionais nas escolas. Em Salvador, na esfera pública, apenas a Escola Parque Carneiro Ribeiro tem assistente social. Ontem, a temática foi abordada no curso do GT - Grupo de Trabalho de Serviço Social na Educação – UFRB, no colégio Sartre, com a presença de 400 profissionais de educação, estudantes e representantes da comunidade.

Na ocasião, foi defendida a importância da presença de profissionais de serviço social nas escolas municipais e estaduais, como forma de garantir segurança no trato de questões que cercam a família, como o uso de drogas, gravidez na adolescência, relacionamento familiar, conflitos e a violência.

“Estes fatos demonstram que é fundamental que o corpo docente tenha conhecimento da realidade social do aluno, que consiga perceber pequenos desvios de comportamento para identificar o problema, e quem sabe evitar que algo pior venha acontecer.

O que torna necessária a presença de assistentes sociais nas escolas”, disse a professora de assistência e coordenadora do curso, Marcela Mary José da Silva. Além desses casos de violência, de acordo com a professora, as escolas só conseguirão amenizar os problemas de evasão escolar, baixo rendimento e indisciplina, quando conseguirem se aproximar do aluno e da sua comunidade, através da rede de proteção social.

“Sem o profissional de assistência, assim como psicólogos, será muito difícil existir qualquer tipo de mudança. É fundamental que o governador do estado compreenda que dentro do âmbito escolar há diversos problemas que precisam de orientação especializada”, pontuou a assistente social.

De acordo com a vice-diretora do Colégio Estadual Severino Vieira, Celina Queiroz, a presença dos assistentes sociais nas escolas envolve os processos socioinstitucionais e as relações sociais, familiares e comunitárias que fundam uma educação cidadã.

“Aqui no colégio tem dois mil alunos, entender a individualidade de cada um é impossível, às vezes temos que fazer o papel de assistente social, observamos alguns desvios de comportamento e chamamos o alunos ou os pais para uma conversa.

Mas a demanda de trabalho dos professores é muito alta e não dispomos de formação na área. “E o profissional social é um apoio tanto para os alunos, como para todo o corpo docente, que sempre enfrenta situações complicadas”, explicou Celina Queiroz.

A vice-diretora salientou que a inserção do Serviço Social na educação contribuirá na garantia da democratização, do acesso do cidadão à educação, na qualidade do ensino e no desenvolvimento cultural do indivíduo. Instalando na escola sua função social na proteção de direitos a crianças e adolescentes, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.


Os casos de violência nas escolas estão acarretando em uma série de discussões, entre elas, a implantação de detectores de metais, assim como vigias. Mas para os diretores e professores, o fim da violência nas instituições públicas não está ligado apenas no reforço policial, mas também de mudanças sociais, de estrutura nas redes públicas e estaduais, de acompanhamento dos pais.

Publicada: 16/04/2011 01:17| Atualizada: 16/04/2011 00:52
FONTE: Lucy Andrade, TRIBUNA DA BAHIA.
http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=79449

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